Olá caro leitor, estamos na reta final do ano e o Desafio 52 semanas de escritas terá que se tornar um desafio diário caso eu realmente queira postar 52 textos em 2022. Hoje trago mais uma análise de games, dessa vez com o clássico Resident Evil 4.
Ação, com uma pitada de terror!
Apesar de já conhecer a icônica franquia da Capcom, foi apenas em Resident Evil 4 que tive contato de fato com a franquia. Lembro claramente de quando comprei a edição da saudosa revista Fullgames que vinha com uma versão oficial do jogo para PC por um preço super acessível. Tal versão do game tinha um grande problema, ela não dava suporte ao mouse e acredite mirar utilizando apenas os direcionais do teclado era um desafio nada agradável, mas mesmo assim o game me conquistou com a sua atmosfera aterrorizante, seus inimigos bizarros, sua exploração constante e batalhas épicas contra chefes.
Resident Evil 4 é um dos games mais relançados da história, ganhando versões para diversas plataformas e em fevereiro de 2014 a Capcom relançou o game mais uma vez com uma bem vinda atualização intitulada HD Edition, que realizou uma leve melhora nas texturas do game, além de outras melhorias e finalmente dando suporte ao mouse e teclado, o que melhorou consideravelmente a sua jogabilidade.
Enfim, deixando a introdução um pouco nostálgica de lado, vamos a análise propriamente dita. Resident Evil 4 nos traz o retorno de Leon S. Kennedy, agora um agente experiente do governo, que recebe uma missão diretamente do presidente dos Estados Unidos para resgatar a sua filha, Ashley Graham. A missão o leva até uma isolada vila no interior da Europa e já nos primeiros contatos com os moradores locais Leon percebe que a missão não será nada fácil de ser concluída, deparando-se com uma estranha seita chamada de Los Illuminados e um perigoso novo vírus, Las Plagas.
Sejamos sinceros, a trama de Resident Evil 4 não chega a surpreender e é cheia de clichês, como o personagem misterioso que não sabemos se é aliado ou inimigo, a femme fatale que aparece em momentos chaves da trama, vilões caricatos e é claro o protagonista badass. Mas apesar disso a narrativa funciona devido ao seu ótimo elenco, dando mais espaço para o desenvolvimento da personalidade do protagonista, ou ainda apresentando bons coadjuvantes, como a agente Hannigan, o canastrão Luis Sera e o icônico Mercador, que mesmo não sendo um personagem fundamental para trama se tornou uma figura marcante para o jogo, devido ao seu carisma inusitado. Além disso, temos bons vilões, como o imponente Bitores, o excêntrico Salazar e o líder Saddler, que não são memoráveis, mas que fazem a trama avançar de maneira consistente.
Mas se a trama e narrativa de RE4 não surpreendem, todo o restante do game o faz de maneira admirável. Primeiro temos a modificação no câmera do jogo, que muda a perspectiva e abandona os ângulos fixos e movimentação no estilo "tanque" dos games anteriores, tornando a ação mais dinâmica e prazerosa, algo que revolucionou não só o gameplay da franquia, mas a indústria como um todo, pois influenciou inúmeros jogos a seguir o mesmo estilo de câmera sobre os ombros do protagonista.
Com essa mudança na estrutura de gameplay RE4 se tornou mais rápida e consequentemente dando maiores características de um game de ação do que propriamente um jogo de horror e sobrevivência. Mas apesar disso a jogabilidade ainda pode parecer truncada, pelo fato do protagonista só conseguir atirar quando está parado, algo que quebra um pouco o ritmo da ação e que só foi alterado em Resident Evil 6.
Agora, além dos tradicionais puzzles, o jogador encontrará inúmeros coletáveis e tesouros que poderão ser trocados com o Mercador por melhorias nos equipamentos, ou para adquirir novas armas, implementando assim um limitado, mas funcional sistema de progressão e incentivando a exploração de cada canto dos cenários em busca de tesouros para justamente se obter mais melhorias.
Outro aspecto que foi significativamente alterado foi a gestão de recursos, em Resident Evil 4 o protagonista conta com uma maleta, que serve como inventário, onde os itens coletados são armazenados, assim como as próprias armas e munições, o que gera uma inusitada necessidade de organização e gestão de recursos. Porém a capacidade da maleta pode ser aumentada conforme se progride no game, além disso o jogo é bem generoso ao disponibilizar de forma constante munições e tesouros ao se derrotar inimigos, o que elimina por completo a sensação de escassez de recursos dos jogos originais.
Inegavelmente RE4 é um game mais voltado para ação do que para o Survival horror, porém o game mantém um certo ar de suspense e apresenta uma atmosfera aterradora e tensa. Principalmente quando os já icônicos Ganados atacam em grande número, ou surpreendem com transformações bizarras. Já a ambientação contribui com a atmosfera do game, passando por vilarejos, castelos e logicamente laboratórios, local inclusive que apresenta um dos inimigos mais aterradores de toda a franquia, os temíveis Regenerators.
Mas apesar do game apresentar um bom ritmo, ótimos cenários, uma boa variedade de inimigos e desafios, fica a percepção de que a campanha se alonga de forma desnecessária. Alguns trechos, em especial no último um terço do jogo, poderiam ser facilmente eliminados que não impactariam na experiência final e sem dúvida deixariam o game ainda mais dinâmico.
Resident Evil 4 sem dúvida é um clássico, não só por ter mudado de forma positiva a estrutura de gameplay da franquia, mas principalmente por tornar a experiência mais dinâmica e acessível, com uma campanha sólida, personagens carismáticos e uma boa dose de ação com pitadas de terror.
“Ah! I'll buy it a high price” - Mercador
- Nota geral: 09.
- Tempo dedicado ao jogo: 20 horas.
- Conquistas desbloqueadas: 9 de 12.
- Dificuldade: Moderada.
- Fica a dica: Priorize a melhoria de no máximo duas armas, assim em pouco tempo ambas ficarão bem fortes.
- Gameplay: Clique aqui.
- Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
- Vale o preço? Sim, vale!
- Modo de jogo: Solo.
- Tradução: Sem tradução oficial para o game.
Nenhum comentário:
Postar um comentário