sábado, 14 de maio de 2022

Desafio 52 semanas de escrita #17 - A venda de Tomb Raider



Olá, caro leitor! Hoje trarei mais um texto opinativo, onde comentarei sobre a surreal venda de grandes franquias por parte da Square Enix e as suas possíveis consequências para a indústria dos games.

A venda de Tomb Raider

No início deste mês a Embracer Group informou que adquiriu três grandes estúdios, o Eidos Montréal, Crystal Dynamics e Square Enix Montreal, todos antes pertencentes à icônica Square Enix. Um fato que até poderia passar despercebido, uma vez que vendas de estúdios estão sendo uma constância atualmente, porém a notícia chama a atenção pelo fato da Square estar vendendo não só os seus estúdios ocidentais, mas também grandes franquias como Tomb Raider, Deus Ex, Thief, Legacy of Kain e mais de cinquenta títulos por um preço relativamente baixo considerando a importância de tais franquias, totalizando 300 milhões de dólares.

A notícia vem meses depois da própria Square declarar que daria mais atenção para seus estúdios e franquias orientais, algo que de certa forma já era sentido pelos jogadores, uma vez que os últimos projetos ocidentais não foram unanimidades de público e crítica, gerando insatisfação com os resultados por parte da empresa. Deus Ex: Mankind Divided agradou, porém a franquia foi colocada na geladeira, Shadow of the Tomb Raider não superou as expectativas de vendas, já Marvel's Avengers foi um desastre e Guardians of the Galaxy até agradou, mas parece que também não atingiu as vendas necessárias para ser considerado um sucesso pela Square.

A Embracer Group em um primeiro momento pode até parecer desconhecida, porém você sem dúvida a conhece e provavelmente já jogou um dos seus jogos. A empresa tem mais de 20 anos de existências e na última década tem comprado diversas empresas, entre as mais relevantes temos a THQ, Deep Silver e Gearbox. Contando atualmente com mais de 120 estúdios, o grupo possui grandes franquias como Borderlands, Darksiders e Metro, consolidando-se nos últimos anos como uma grande produtora na indústria dos games.

O lado positivo dessa transação histórica é que franquias que pareciam esquecidas por parte da Square Enix, como Tomb Raider, Deus Ex e até mesmo o relegado Legacy of Kain, poderão enfim ganhar novos títulos e até mesmo novas versões de seus jogos clássicos. A própria Crystal Dynamics anunciou recentemente que já está trabalhando em um novo Tomb Raider e sobre a direção da Embracer Group possivelmente ela terá maior liberdade criativa para levar a franquia a um novo patamar. Já pelo lado da Square Enix a venda de tais ativos permitirá que a empresa japonesa foque nas suas principais franquias como Final Fantasy e Kingdom Hearts, algo que ela já demonstrava fazer nos últimos anos. Vale mencionar que a Square ainda mantém franquias ocidentais como Just Cause e Life is Strange, mas eu não estranharia se tais IPs também fossem vendidas futuramente.

O lado negativo de tal aquisição é o receio natural de que a Embracer não consiga dar o devido direcionamento para essas franquias icônicas e apenas Tomb Raider sozinho já traz um peso enorme para o catálogo da Embracer. Será que a empresa terá a expertise necessária para dar a devida atenção não só para Tomb Raider, mas também para Deus Ex e Legacy of Kain, a própria Square parecia não saber bem o que fazer com tais títulos e por mais que a empresa tenha grandes estúdios ela vem se tornando cada vez maior, o que sem dúvida traz desafios de gestão perigosos, que podem gerar problemas de qualidades irreversíveis.

Mas apesar das dúvidas a aquisição tende a ser extremamente positiva, tanto para a Square Enix, que como já mencionado poderá focar nas suas franquias orientais, quanto para a Embracer Group que terá a oportunidade de fortalecer o seu catálogo com franquias icônicas, revitalizando-as e dando o destaque que elas sem dúvidas merecem.

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