sexta-feira, 27 de março de 2020

Análise games - Metro: Last Light Redux


Extremamente familiar, mas melhor! 

Lançado em agosto de 2014 Metro: Last Light Redux basicamente se trata de uma versão "remasterizada" do game originalmente lançado um ano antes, sendo um FPS que mistura de forma bastante equilibrada elementos de ação e suvival horror, adaptando parcialmente o enredo do livro Metro 2034 do escritor russo Dmitry Glukhovsky. Desenvolvido pelo estúdio ucraniano 4A Games e distribuído pela Deep Silver, com versões para PC, XOne e PS4, chegando ao Nintendo Switch em fevereiro de 2020.

Last Light se passa um ano após os acontecimentos do game anterior, Metro 2033, novamente com Artyom como protagonista, que agora faz parte da Ordem e atua como Ranger sobre o comando de Miller. A trama inicia com a revelação de que um dos Dark Ones sobreviveu após os acontecimentos do final do primeiro game, com isso Artyom parte para superfície para capturá-lo, porém a busca pela enigmática criatura acaba levando-o para o meio do conflito entre as facções Nazistas e Comunistas que dominam parte dos tuneis do metrô de Moscou. 

O desenvolvimento narrativo de Last Light mantem a formula do primeiro game, com o protagonista mudo, não realizando grandes interações com os personagens coadjuvantes, sua voz só é ouvida no início e ao fim de cada missão, com pequenos monólogos onde Artyom descreve em seu diário a sua perspectiva dos acontecimentos da trama. Apesar de pouco envolvente a narrativa funciona e apresenta um bom elenco de coadjuvantes, como o retorno de Khan, a presença da bela Anna e o novo aliado comunista Pavel. Além disso a história entrega ótimos momentos, surpreendendo com algumas reviravoltas e principalmente com a revelação do passado do protagonista e a origem dos misteriosos Dark Ones. 

As mecânicas do game se mantiveram basicamente as mesmas, com missões bem lineares, mas que permitem uma alternância entre a abordagem mais furtiva ou a ação mais intensa. Em alguns momentos o game passa a impressão de priorizar a ação, mas a furtividade funciona muito bem e sem dúvida agradará os adeptos a games furtivos. Uma novidade muito bem-vinda é que o game permite escolher entre dois modos de gameplay, onde o modo Suvival prioriza as ações mais furtivas e gerenciamento constante de recursos, enquanto o modo Spartan prioriza a ação frenética. Além disso temos as opções de dificuldades, onde sem dúvida a opção Ranger é a mais indicada, não pelo aumento de dificuldade em si, mas pelo fato dela eliminar as informações de interfase da tela, ou HUD para os mais puritanos, o que contribui com a atmosfera e imersão do jogo. 

A ambientação continua um dos pontos altos de Metro, com ambientes sombrios, claustrofóbicos e atmosféricos. Novamente os principais ambientes serão os tuneis assustadores do metrô, porém o game dá bastante espaço para trechos que se passam na superfície, destacando parte das ruínas de Moscou. Infelizmente os inimigos são basicamente os mesmos do game anterior, com pequenas variações e uma ou duas criaturas inteiramente novas. O destaque fica com o confronto com algumas criaturas gigantes, além de intensos combates com as facções nazistas e comunistas presentes no jogo. 

O arsenal também recebeu pouquíssimas novidades, com algumas armas originais, mas que seguem os conceitos do game anterior, porém o game adiciona um simplório sistema de customização, permitindo ao jogador realizar melhorias nas armas, mas tais melhorias alteram de forma sutil o gameplay, não incentivando assim a sua utilização. 

O game transmite uma forte sensação de familiaridade, caso jogue o primeiro e segundo game em sequência, em especial nas suas versões Redux, sem dúvida a impressão será que se trata de um único e grande jogo, tamanha as similaridades entre os dois games. De forma alguma isso é ruim, pois transmite uma ótima sensação de continuidade, porém Last Light acaba se destacando em relação ao seu predecessor ao apresentar uma narrativa um pouco mais intimista, com o protagonista se questionando sobre as consequências de suas ações, além de introduzir antagonistas interessantes, algo ausente em Metro 2033. 

Metro: Last Light Redux sem dúvida é um ótimo jogo, que mesmo não alterando significativamente a estrutura do seu predecessor, consegue surpreender pela trama bem conduzida, com ótimas reviravoltas e personagens coadjuvantes interessantes. Mantendo o tom sombrio e atmosférico em uma Moscou extremamente imersiva. Sem dúvida um game indispensável para os apreciadores do gênero pós-apocaliptístico. 

"Eu tenho a sensação de que tudo irá acabar em breve. Que nós não sobreviveremos a esta guerra Artyom, ninguém vai!" - Anna.


Informações adicionais:

Nota geral: 09.
Tempo dedicado ao game: 27 horas.
Conquistas desbloqueadas: 45 de 49.
Dificuldade: Moderada.
Fica a dica: Para uma maior imersão, jogue na dificuldade ranger.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Sim vale, principalmente se for comprado com o Metro 2033.
Modo de jogo: Campanha exclusivamente singleplayer.
Idioma: Em inglês, com tradução disponível no site Tribo Gamer.
Confira a minha análise do game anterior: Metro 2033 Redux.

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