sábado, 26 de fevereiro de 2022

Desafio 52 semanas de escrita #08 - A Cidade de Rupes




Olá caro leitor, apesar do pequeno atraso venho compartilhar mais um texto para o Desafio 52 semanas de escrita. Minha ideia inicial para o texto de hoje, assim como no da semana passada, era treinar a minha habilidade de descrição, no caso de uma cidade que pretendo utilizar em alguma das minhas futuras histórias, porém o texto acabou se desenvolvendo para uma narrativa de origem da aqui chamada de “Cidade de Rupes”. Talvez na próxima semana eu retome o tema e tente focar nas características da cidade, buscando melhor descrevê-la. De qualquer forma espero que gostem.

A Cidade de Rupes

A Cidade de Rupes é relativamente nova, foi fundada a duzentos anos atrás pelo rei Ludovicus, que chegou pelo mar do oeste com toda a sua corte e alguns vassalos. Ao chegar à costa do continente ele se deparou com o enorme penhasco rochoso que se estendia por quilômetros, buscando um local para desembarcar encontrou o grande rio Album, ao subir o rio se deparou com uma pequena vila de pescadores, que se apavoraram com a quantidade de navios que enchiam o leito do rio, imaginando que se tratava de uma invasão, porém o Rei desembarcou com uma comitiva desarmada esclarecendo que não vinha pilhar ou conquistar, mas em paz, buscando um novo local para viver.

Após alguns poucos dias, vendo que não poderia permanecer na vila por muito mais tempo, devido aos recursos limitados, o rei partiu, subindo a encosta por terra até chegar a uma grande planície. Ao norte, leste e ao sul nada se via no horizonte e ao oeste encontrava-se o grande penhasco e abaixo dele o mar celeste. Dizem que o Rei chegou na beirada do penhasco ao entardecer e olhou longamente para o oeste e com lágrimas nos olhos decidiu que ali seria fundado o seu novo reino.

Um grande acampamento foi estabelecido próximo ao penhasco e batedores foram enviados para encontrar possíveis reinos próximos, mas apenas pequenos povoados ao sul foram encontrados e algumas fazendas ao leste, nada havia ao norte. Na sua maioria eram povoados tão pobres quanto a vila de pescadores encontradas no grande rio, o que facilitou a contratação de trabalhadores para construir a nova morada real, pois o rei não chegará ao continente apenas com os seus vassalos, mas com todo o tesouro real, uma quantidade tão grande de riquezas que havia um navio destinado apenas a armazená-lo.

Com o Rei pagando muito bem os trabalhadores a cidade se expandiu rapidamente, com novas construções surgindo a todo momento, até mesmo o acampamento do rei foi quase todo pavimentado, tornando o coração central da cidade e que mais tarde venho a se tornar a praça central, após a conclusão do castelo real.

Meses se passaram e finalmente um reino ao sul foi encontrado e logo uma rota comercial foi estabelecida. Uma enorme estrada foi construída, levando ao reino vizinho, assim como uma que ligava a cidade à área rural enriquecendo os pequenos produtores do leste que aumentaram significativamente a sua produção. Até mesmo a pequena vila de pescadores expandiu, tornando-se um pequeno porto que abrigava não só a frota real, mas mercadores de reinos distantes.

Em menos de uma década o palácio real foi concluído e a cidade que surgiu a partir do acampamento do rei se tornara tão grande que mudou completamente a paisagem desolada da planície. O palácio era imponente e ficava incrivelmente próximo a beirada do penhasco, se destacando de forma marcante a cada pôr do sol e com o passar do anos novas construções grandiosas foram conduzidas pelo Rei Ludovicus, como o farol na região norte da cidade, próximo ao grande rio, uma muralha em torno do palácio e da própria cidade e um grande monumento ao rei na praça central.

E foi assim que a cidade de Rupes nasceu, se tornando uma das mais prósperas do continente, graças a visão do rei de uma linhagem distante que mesmo obtendo êxito em seu exílio, continuava a olhar para o oeste a cada entardecer.

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