quinta-feira, 30 de julho de 2020

Análise games - Dark Souls II: Scholar of the First Sin

Fiel a essência, mas a sombra de seu antecessor!

Dark Souls II: Scholar of the First Sin, lançado em abril de 2015, nos traz a edição definitiva do game originalmente lançado um ano antes, nessa nova versão a Fromsoftware não só reúne todas as DLCs ao game original, como também realiza algumas alterações no jogo, como o aumento na quantidade de inimigos, mudanças em alguns eventos e a inclusão de novos itens e equipamentos, além de uma leve melhoria gráfica e de performance. 

Assim como no primeiro jogo, Dark Souls II inicia com uma abertura cinematográfica, onde temos um pequeno panorama do enredo do game, com uma narrativa enigmática cheia de lacunas propositais que tornam a sua trama bastante interpretativa. Tal estrutura se mantem interessante e agradará os fãs de narrativas imersivas, porém também acaba deixando a história do game pouca cativante e apesar do incrível mundo construído é muito fácil deixar a trama de lado e simplesmente prosseguir superando os desafios propostos sem necessariamente se preocupar em compreender o que de fato está acontecendo. 

O game se passa séculos após os acontecimentos do primeiro e apesar de se tratar do mesmo universo sombrio, as referências ao game anterior são mínimas, ficando evidentes apenas para os mais atentos na sua enigmática narrativa. O jogador assume assim o Portador da Maldição, que desperta no reino de Drangleic com o objetivo de encontrar meios para quebrar a maldição dos mortos vivos. 

Visualmente o game não decepciona, com personagens, equipamentos e cenários muito bem detalhados, apresentando novamente um mundo melancólico e sombrio, porém a ambientação não chega a causar o mesmo impacto que o seu antecessor e são poucos os lugares verdadeiramente memoráveis e essa pouca inspiração artística acaba se refletindo no visual dos inimigos e chefes, que se demonstram pouco originais se comparados ao primeiro Dark Souls. 

E até mesmo a dificuldade do jogo parece menor, mesmo com uma quantidade e variedade grande de inimigos, o game passa a sensação de estar menos desafiador, com poucas batalhas que exigem do jogar uma dedicação maior e infelizmente essa sensação acaba se refletindo na batalhas contra os chefes que são vencidos muito facilmente não tornando tais confrontos tão memoráveis quanto os do seu antecessor e mesmo tendo batalhas bem intensas como as contra o Cavaleiro da Fumaça ou Sir Alonne, nenhuma delas acaba superando o icônico confronto contra os cavaleiros Ornstein e Smough do primeiro Dark Souls. Apesar disso a trilha sonora se mantem excelente, dando todo um tom épico as batalhas. 

O sistema de combate mantem as principais característica do seu antecessor, apoiando-se fortemente na estratégia de dominar as ações dos inimigos para se obter a vitória, porém o personagem está aparentemente mais lento, mudando o tempo de reação para o combate, principalmente para os movimentos de esquiva e backstab, o que pode causa um estranhamento inicial para os jogadores experientes, mas é inegável que a essência do combate da série foi mantida, onde a cautela e persistência são fundamentais para se progredir. 

Apesar de pouco surpreendentes a variedade de inimigos é grande, na sua maioria cavaleiros e criaturas inéditas, com o retorno pontual para alguns monstros do game anterior. Como destaque podemos citar os Alonne Knight, os Old Knight e o icônico Perseguidor, já nos chefes o Demônio da Fornalha e os já citados Cavaleiro da Fumaça ou Sir Alonne de longe apresentam os confrontos mais desafiadores do jogo. Em termos de equipamentos o game apresenta uma variedade ainda maior de opções que influenciam de maneira bastante considerável na dinâmica dos combates, como armas e armaduras pesadas que tornam o personagem mais lento, mas permitindo um maior dano e defesa, cabendo assim ao jogador a escolha da melhor estratégia de combate que se adéque a sua maneira de jogar. 

Uma mudança interessante que vale ser ressaltada é a limitação da quantidade de respawns dos inimigos comuns, que param de ressurgir no mapa após serem derrotados uma quantidade específica de vezes, incentivando assim o jogador a avançar no jogo e evitando o farming excessivo de almas em determinado local. Vale ressaltar também que tal limitação pode ser contornada utilizando um item específico na fogueira que faz os inimigos e chefes retornarem naquela área, porém com um aumento de dificuldade e até mesmo a adição de novos inimigos e itens. 

Dark Souls II: Scholar of the First Sin não consegue superar o impacto que o seu antecessor causou, porém ele se mantem fiel a essência da franquia, com uma narrativa instigante, um combate preciso, um mundo sombrio e batalhas épicas contra grandes chefes, mesmo que tais batalhas não sejam tão memoráveis quanto no primeiro Dark Souls. Um ótimo game, que inegavelmente fica a sombra de seu antecessor, porém sem dúvida está acima da média dos jogos do mesmo gênero. 

"As almas se renovarão e tudo isso acontecerá novamente."


Informações adicionais:
  • Nota geral: 08.
  • Tempo dedicado ao game: 82 horas.
  • Conquistas desbloqueadas: 33 de 38.
  • Dificuldade: Mediana.
  • Fica a dica: Simplesmente jogue!
  • Gameplay: Clique aqui.
  • Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
  • Vale o preço? Sim, vale!
  • Modo de jogo: Singleplayer, com possibilidade de jogar cooperativamente.
  • Idioma: Em inglês, com legendas em português.

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