quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Análise games - Gears 5



O mesmo Gears, mas diferente! 

Gears 5 inicia quase que imediatamente após os acontecimentos do game anterior, com o novo esquadrão Delta formados por JD, Kait e Del, acompanhados por Marcus Fenix, buscando reativar os satélites do icônico Martelo da Aurora, com o intuito de deter o avanço da Swarm. Inicialmente o jogador controlará JD, protagonista de Gears 4, mas já no segundo ato a narrativa se volta para Kait e sua jornada ao lado de Del na busca pela verdade por trás das estranhas visões que a protagonista tem tido desde a morte de sua mãe.

A trama de Gears 5 é muito bem conduzida, com um primeiro ato cheio de ação e conflitos entre os personagens centrais, abrindo caminho para que a nova protagonista assuma um papel de destaque e resgatando questões que ficaram sem respostas ao longo dos jogos anteriores da série, como a origem da rainha Myrrah e da própria horda Lucost. O segundo e terceiro ato apresentam um ritmo mais cadenciado, dando bastante espaço para o desenvolvimento da personagem Kait e seus conflitos pessoais, além de desenvolver de forma mais satisfatória a relação entre os membros do esquadrão Delta, logicamente sempre pontuando com momentos de ação e ótimas batalhas de chefes no fim de cada capitulo, culminando em um quarto e última ato intenso e dramático que surpreende por obrigar o jogador a fazer uma escolha nada fácil. Apesar de nada inovador em termos narrativos, o fator escolha surpreende por acontecer de forma totalmente inesperada e inevitavelmente gerando uma enorme expectativa para o rumo que a história tomará em uma futura sequência, afinal as consequências de tal escolha não poderão ser esquecidas em Gears 6.

Essencialmente o game se mantem fiel as características da franquia, com uma jogabilidade rápida, cheia de violência gráfica, confrontos épicos e cinematográficos, ao mesmo tempo que busca dar um ar de novidade com novas mecânicas e estrutura de progressão. A primeira grande novidade é representada pelo robô Jack, que sempre esteve presente na série como um coadjuvante e que pela primeira vez se torna um recurso valioso no combate, podendo não só atacar inimigos, mas também criar armadilhas, escudos e até mesmo tomar temporariamente o controle de certos inimigos e é justamente no Jack que o fator progressão é adicionado no game, com as suas habilidades podendo ser desbloqueadas e melhoradas através de componentes encontrados ao se explorar os cenários e acredite o pequeno Jack será um valioso recurso nos momentos de combate mais intensos, principalmente nas dificuldades mais altas.

Outra interessante novidade é que agora o game não apresenta uma estrutura puramente linear como em seus antecessores, tanto o segundo, quanto o terceiro ato são desenvolvidos em mapas semiabertos, com cenários amplos e exploráveis que interligam os mapas menores onde se passam as missões, acrescentando assim o fator exploração ao jogo, principalmente por adicionar missões secundarias, que podem ser facilmente ignoradas, mas que ao serem realizadas expandem a narrativa do game, além de renderem novos equipamentos, assim como os já mencionados componentes de melhoria para o Jack. Vale ressaltar que a The Coalition, não cometeu o erro de incluir missões adicionais de forma excessiva, acrescentando conteúdos secundários na medida exata, não deixando a realização dessas missões enfadonhas, tão pouco tirando o foco do objetivo principal da campanha.

Em termos de ambientação o game impressiona com os seus belíssimos cenários, em especial com a região gelada do segundo ato e o deserto vermelho do terceiro ato, que são ricamente detalhados e impressionam visualmente, principalmente quando se observa os efeitos climáticos em tais ambientes e é extremamente prazeroso explora-los em busca de seus segredos a bordo do inusitado veículo Skiff. Mas apesar de ambos os cenários serem locais naturalmente inóspitos a presença de uma fauna, mesmo que mínima, tornariam os ambientes mais vivos e ainda mais interessantes de serem explorados, um pequeno detalhe que não desmerece a beleza da ambientação, mas que sem dúvida tornaria o resultado ainda melhor.

Os games da série Gears sempre trouxeram novos inimigos bizarros e criativos a cada novo jogo, porém em Gears 5 a The Coaliton foi comedida, trazendo poucas novas criaturas, se limitando a criar variações da horda Swarm. A novidade fica com as chamadas Revoadas, parasitas horripilantes que estranhamente tem a capacidade de controlar os robôs DeeBees da CGO. Apesar da pouca variedade de inimigos, ao menos os novos visuais para os oficiais da Swarm são interessantes, com o destaque para os Warden e o retorno de um inimigo clássico do game original. Já o arsenal de Gears 5 se mantem bastante variado, mesclando novas armas com modelos já icônicos da franquia, dando bastante opções para o jogador.

O multiplayer de Gears 5 mantem as principais características do seu antecessor, com partidas competitivas intensas no modo versus e as já clássicas partidas cooperativas no modo horda, que substitui o sistema de classes por operativos com habilidades únicas, dando um maior dinamismo para o modo, mas sem alterar a sua estrutura base de ondas de inimigos. A novidade no multiplayer fica com o novo modo intitulado de Fuga, que consiste em uma partida cooperativa onde três jogadores buscam escapar de uma das colmeias da Swarm após implantar uma bomba para destruí-la, é um modo interessante e desafiador, principalmente pelo fato dos jogadores iniciarem com poucos recursos e pode garantir uma boa diversão cooperativa, principalmente por serem partidas rápidas de serem concluídas se comparadas com o modo horda.

Novamente localizado para português do Brasil, o jogo traz quase que inteiramente o ótimo elenco do game anterior, porém a voz do personagem Cole foi substituída o que causa certa estranheza uma vez que a dublagem do personagem era bem característica. Novamente um pequeno detalhe que não desmerece o ótimo trabalho dos dubladores.

O game apresentou vários problemas no seu lançamento, principalmente em seus modos multiplayer. Particularmente presenciei alguns durante a campanha, como o game encerrando inesperadamente e em alguns momentos os inimigos ficavam presos em parte dos cenários facilitando o confronto, assim como a inteligência artificial dos companheiros "se desligar" em alguns momentos, deixando os personagens parados em momentos críticos do combate. 

Impossível não considerar Gears 5 um excelente game, com um enredo consistente, que resgata elementos da trilogia original ao mesmo tempo que pavimenta o futuro da franquia, com decisões ousadas, mesmo que nada inovadoras, trazendo um ar de novidade para a franquia, mas sem se desvincular da sua essência. Um game que não supera as expectativas geradas, mas que entrega uma aventura satisfatória e surpreendente com o seu final de tirar o folego e emocionante, deixando as expectativas altas para o inevitável Gears 6.

"Você fez a sua escolha, vai morrer com ela!"

Informações adicionais:
Nota geral: 09.
Tempo dedicado ao game: 26 horas.
Conquistas desbloqueadas: 29 de 68 (na XBox Live).
Dificuldade: Acessível, tornando-se difícil apenas nas dificuldades mais elevadas.
Fica a dica: Maximize ao menos duas das habilidades de Jack que se enquadrem no seu estilo de jogo, isso o ajudará muito nos momentos de ação intensa.
Gameplay: Clique aqui.
Vale o preço? Uma pergunta quase que irrelevante, uma vez que o game está disponível no XBox Game Pass. Sem dúvida vale o valor da assinatura, seja no PC ou no XBox.
Modo de jogo: Singleplayer, com modos cooperativos e competitivos.
Idioma: Totalmente localizado para português do Brasil.

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