sábado, 10 de agosto de 2019

Análise games - Batman: Arkham Knight


O jogo definitivo do Cavaleiro das Trevas! 

Batman: Arkham Knight quarto game de uma franquia que adaptou de forma inigualável um dos mais icônicos personagens dos quadrinhos. Desenvolvido novamente pela Rocksteady e distribuído pela Waner Bros. Lançado em junho de 2019 para PC, XOne e PS4. 

Arkham Knight começa poucos meses após o final de Arkham City, o Coringa está morto e a cidade vive um breve período de calmaria, porém o retorno do assustador Espantalho coloca toda a cidade em alerta, com o objetivo de liberar o seu gás do medo sobre toda a Gotham City o vilão força a evacuação da cidade, deixando-a à mercê dos criminosos. Cabe ao Homem Morcego deter essa loucura, porém para chegar até o Espantalho o herói terá que enfrentar o misterioso Cavaleiro de Arkham.

A trama apresenta em Arkham Knight é excelente fazendo jus não só aos games anteriores, mas também ao material original dos quadrinhos ao fazer referencias as historias clássicas como A Piada Mortal e Morte em Família, apresentando uma narrativa densa, madura e envolvente. No universo de Batman é inegável que o grande vilão é e sempre será o Coringa, com a morte do personagem no game anterior ficou a pergunta de como o próximo game seria sem a presença do icônico vilão. A solução da Rocksteady para essa questão foi excelente, trazendo o personagem de volta a "vida" tornando-o uma constância em toda a trama através de alucinações do Homem Morcego. Foi um artifício inusitado, que dá um tom extremamente interessante à narrativa, garantindo excelentes diálogos que focam na dualidade dos eternos antagonistas. Se por um lado tal artifício tornou a narrativa mais envolvente, por outro confesso que tirou um pouco do brilho da mesma, pois a presença constante do personagem inevitavelmente ofusca a importância dos outros vilões apresentados na trama. Por mais que a ameaça do Espantalho e o mistério entorno da identidade do Cavaleiro de Arkham sejam muito bem trabalhados ao longo da história, fica a sensação que a narrativa não seria tão impactante sem a presença do Coringa, algo que pode ser encarado tanto como um ponto positivo, quanto negativo. 

Além da campanha principal Arkham Knight apresenta inúmeras missões secundarias que aumentam ainda mais o tempo de gamplay, com um cidade ainda maior que o mapa apresentado em Arkham City, recheada dos já tradicionais coletáveis e desafios de Realidade Aumentada. O interessante aqui é que as missões secundarias apresentam pequenas narrativas que vão sendo desenvolvidas em paralelo com a campanha principal e trazem o retorno de vilões icônicos como O Duas Caras e o Pinguim, além de revelar alguns vilões não tão conhecidos assim como Professor Pig. Vale mencionar que a Rocksteady não ignora o game Arkham Origins, como muitas críticas afirmam, fazendo varias menções aos acontecimentos do jogo desenvolvido pela Waner Montreal e até mesmo trazendo de volta vilões apresentados no game de 2013, como por exemplo o incendiário Vaga-lume que ganhou uma missão secundaria inteira dedicada a ele. 

Extremamente reconhecível, a jogabilidade trás alguns novos movimentos, finalizações e assessorios, além de permitir a interações com o cenário durante as lutas, assim como contar com o apoio de alguns aliados em determinados momentos da campanha, mas nada que altere o já tradicional combate fluido e dinâmico da série. A grande novidade aqui é a inclusão do Batmovel como um elemento quase que central do jogo, permitindo que o jogador explore toda a Gotham dirigindo o veículo, que mais parece um tanque, tamanha a sua imponência e tecnologia. É uma novidade interessante que acrescenta uma nova dinâmica ao gameplay, principalmente pelo fato dele ser usado de forma integrada a campanha, com missões sendo realizadas somente a bordo veículo. 

Em termos de visual Arkham Knight sem duvida é o maior e mais belo de toda a franquia, apresentando personagens com feições repaginadas e extremamente realistas, além de uma Ghotam densa e ricamente detalhada, que é dividida em três ilhas que representam zonas industriais, comerciais e residenciais da cidade, tudo com o peculiar tom gótico da metrópole ficcional dos quadrinhos, mas apesar da cidade ser muito bem construída e contar com muitos conteúdos adicionais como já mencionado acima, fica a sensação que ela está "vazia" pelo fato de apenas criminosos serem encontrados nas ruas, sim o próprio game justifica que a cidade foi evacuada, mas fica difícil de aceitar que toda a população foi retirada e nem ao menos um mero mendigo possa ser encontrado nos becos escuros de Gotham, era de se esperar que alguém tivesse inevitavelmente ficado para trás e isso infelizmente acaba quebrando um pouco a imersão da narrativa. 

Assim como em Batman Arkham Origins o game apresenta uma excelente dublagem em português, trazendo os mesmos dubladores dos filmes e animações da DC como Ettore Zuim e Mauro Ramos, com destaque para Márcio Simões que dubla de forma incrível o vilão Coringa, vale destacar que não só os personagens principais são muito bem representados, mas o elenco como um todo conta com vozes muito bem escolhidas, não destoando dos personagens e situações apresentadas ao longo da história. 

É difícil não mencionar os problemas técnicos que o game apresentou em seu lançamento, em especial na versão de PC, problemas esses que demoraram meses para serem sanados e ficarão eternizados como um exemplo a não ser seguido na indústria de jogos, mas vale ressaltar que mesmo após a longa espera tais problemas foram devidamente corrigidos, apesar de ainda haver algumas quedas de desempenho, e que hoje o jogo pode ser aproveitado em sua plenitude. 

Batman: Arkham Knight é um excelente game, com uma narrativa incrível, uma jogabilidade reconhecível e uma história digna do icônico Homem Morcego, fechando de forma magnifica uma trama iniciada em Arkham Asylum, tornando a franquia uma referencia incontestável tanto em termos de adaptação quanto de narrativa. A Rocksteady prova mais uma vez que sabe criar games com narrativas envolventes e jogabilidade prazerosa, mal posso esperar para que ela revele o seu próximo projeto. 

"Ah... esse pode ser o meu melhor trabalho" - Coringa.


Informações adicionais: Nota geral: 10.
Tempo dedicado ao game: 100 horas.
Conquistas desbloqueadas: 103 de 113.
Dificuldade: Fácil, mesmo no nível mais elevado de dificuldade o game não apresenta um grande desafio para quem já é familiarizado com a franquia.
Fica a dica: O game, assim como os anteriores, permite que as missões secundarias sejam feitas após finalizar a historia, portanto foque nas missões principais.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Sim, vale cada centavo!
Modo de jogo: Exclusivamente singleplayer.
Idioma: Totalmente localizado para o português do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário