Narrativa excelente e envolvente!
Thronebreaker: The Witcher Tales é um game que mistura exploração, narrativa e combate por cartas, ambientado no rico universo da serie The Witcher, desenvolvido e publicado pela CD Projekt Red. Lançado inicialmente na GOG, chegando a loja da Steam em novembro de 2018 e em dezembro do mesmo ano no PS4 e XOne.
Inicialmente desenvolvido para ser a campanha solo do game de cartas GWENT, Thronebreaker se tornou tão grande que a CD Projekt Red decidiu lança-lo como um produto independente. No game somos apresentado a rainha Meve, soberana dos reinos de Liria e Rívia, que após uma breve ausência retorna para o seu reino apenas para vê-lo ser invadido e saqueado pelo Império de Nilfgaard. Em fuga Meve é obrigada a realizar uma longa jornada pelos reinos do norte para angariar aliados e reconstruir seu exercito para reaver o seu reino.
A trama de Thronebreaker é interessante e muito bem escrita, cheia de reviravoltas e dramaticidade, colocando o jogador em meio as duras escolhas e consequências da guerra. Meve é apresentada como uma líder admirável, forte e determinada, que não mede esforços para retomar seu reino, mas caberá ao jogador decidir se isso ocorrerá de maneira cruel ou piedosa, pois todo o desenvolvimento da historia é pautado por inúmeras escolhas que vão surgindo conforme se avança no game e tais escolhas são sempre difíceis e não demonstram de forma clara suas consequências, que podem ser tanto imediatas, quanto posteriores surpreendendo o jogador em momentos inesperados.
A narrativa é feita quase que inteiramente por texto e diálogos entre os personagens com imagens semiestáticas, é uma narrativa lenta, mas que combina com a proposta do jogo. O ponto positivo é que a grande maioria dos textos são todos dublados, com um narrador principal e vozes para todos os personagens importantes da historia. Vale destacar o excelente texto da narrativa que busca descrever de forma bastante detalhada os acontecimentos, dando um tom épico para a jornada de Meve, assim como a excelente dublagem que torna a narrativa bastante envolvente, apesar de algumas pequenas inconsistências na entonação das vozes em alguns diálogos.
O game apresenta um campanha bastante robusta, ultrapassando facilmente as trinta horas de gameplay. Porém, mesmo apresentando uma trama bastante envolvente e quests secundarias que mantêm o nível da campanha principal, a impressão é que a sua duração foi alongada desnecessariamente.
Vale ressaltar que a trama de Thronebreaker funciona de forma totalmente independente não fazendo ligação direta com os jogos anteriores da serie The Witcher, porém ele está recheado de referencias a personagens e acontecimentos tanto dos livros quando da trilogia de games, para quem já é fã da franquia sem duvida será bastante prazeroso identificar essas pequenas referencias.
Em termos de mecânica o game pode ser dividido em duas partes, primeiro temos o mode de exploração, com uma visão isométrica onde o jogador movimenta a protagonista pelos cenários, interagindo com NPCs, coletando recursos e iniciando quests, segundo temos o modo de combate, que basicamente se resume a partidas de Gwent, jogo de cartas onde o objetivo é obter mais pontos que o oponente, utilizando para isso cartas de soldados do exercito de Meve.
O interessante é que o game introduz os combates especiais chamados de quebra-cabeças, que basicamente são partidas de Gwent com regras especificas como partidas com apenas uma rodada, ou que obrigam o jogador a descobrir a sequencia correta de utilização das cartas, ou mesmo partidas que emulam outros jogos, como o jogo da memória e até mesmo uma pequena homenagem ao card game Magic The Gathering. Tais quebra-cabeças sempre surpreendem e tonam os combates bastante dinâmicos e divertidos, não permitindo que o game se torne repetitivo.
Além disso, os oponentes apresentados nos combates não se resumem ao exercito invasor de Nilfgaard, apresentando também combates com quase toda a galeria de monstros do universo The Witcher, permitindo assim que o jogador enfrente monstros como os Necrófagos, Bruxas e até mesmo os icônicos Liche e Mantícora.
No modo exploração o jogador poderá acessar o acampamento do exercito de Meve, onde poderá gastar os recursos coletados nos cenários com melhorias dos atributos do exercito, compra de novas unidades e modificações o baralho de cartas, além de permitir que a protagonista dialogue com os aliados conquistados ao longo da campanha. O que adiciona certo grau de gerenciamento ao jogo e incentiva o jogador a explorar os cenários para obter mais recursos.
Visualmente o game é muito bonito, com uma arte bastante detalhada e bela, tanto no modo exploração, quanto nas ilustrações de narrativa, que apresentam artes bastante realistas e expressivas. Os mapas são bastante amplos, com alguns caminhos alternativos que revelam missões secundarias e segredos, porém para se avançar na história o jogador deverá sempre seguir para os pontos pré-determinados, evidenciando assim a linearidade dos cenários.
Thronebreaker: The Witcher Tales é uma ótima aventura, com um enredo e narrativa envolvente e uma jogabilidade de combate que consegue surpreender com novas regras a todo o momento. Seu único defeito é se alongar desnecessariamente, mas nada que tire o brilho do game em si. Para quem é fã de boas narrativas e card games, sem duvida é um jogo imperdível.
"Dos males existentes, você escolheu um."
Informações adicionais:
Nota geral: 08.
Tempo dedicado ao game: 50 horas.
Conquistas desbloqueadas: 35 de 39.
Dificuldade: Fácil, tornando-se difícil apenas em alguns quebra-cabeças.
Fica a dica: Jogue na dificuldade mais alta.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Não, não vale! Mesmo com uma extensa campanha o valor de R$ 100,00 é excessivo para o game.
Modo de jogo: Exclusivamente singleplayer.
Idioma: Completamente traduzido para português do Brasil.
Game fornecido pela CD Projekt Red ao grupo Gamers do Brasil para avaliação através do programa de Curadoria Steam. Agradecemos a oportunidade!
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