quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Análise games - Dragon Age Inquisition



Tão grandioso quando Dragon Age Origins!


Dragon Age Inquisition é o terceiro game do RPG de ação e fantasia desenvolvido pela Bioware e distribuído pela Eletronic Art. Lançado em novembro de 2014 para PC, XOne, 360, PS4 e PS3, ganhando uma versão Game of the Year em outubro de 2015.

Em 2009 o primeiro game da franquia, Dragon Age Origins, foi um grande sucesso de crítica e público, com isso em 2011 tivemos uma aguardada continuação, porém ela foi pouco inspirada se comparada com o seu antecessor. Inquisition o terceiro game da série foi lançado com a promessa de corrigir os erros de Dragon Age II e consolidar a franquia como uma das mais relevantes do gênero na última década.

Para isso a Bioware trouxe de volta o tom épico visto em Origins, apresentando um enredo que consegue unir elementos dos games anteriores e ao mesmo tempo criar algo novo. Na trama o jogador assume o único sobrevivente de uma enigmática explosão que causou a morte da Divina Justinia V, representante supremo da religião dominante do universo do jogo. A explosão acaba abrindo uma imensa brecha nos céus, da qual começa a emergir inúmeros demônios que ameaçam todo o continente. 

A história gira em torno da Inquisição, uma organização independente criada justamente para deter a brecha enquanto tenta amenizar o conflito entre magos e templários. Ironicamente o protagonista é o único capaz de fechar o portal, devido a uma enigmática marca em sua mão, fazendo dele o centro das atenções e consequentemente o líder da Inquisição. A trama é muito bem desenvolvida, mesclando os diversos temas tratados nos games anteriores, como o conflito entre Magos e Templários, a Podridão e sua horda de Crias das Trevas e as intrigas políticas entre os reinos de Ferelden e Orlais. 

A narrativa de Inquisition é excelente, expandindo de forma muito significativa o universo da série, apresentando novas culturas, subtramas e personagens carismáticos, além de amarrar de forma coerente às diversas pontas soltas deixadas nos jogos anteriores e logicamente criando novas tramas para futuras sequencias. Apesar de o enredo ser tão grandioso quanto o do primeiro jogo, confesso que em diversos momentos o achei pouco envolvente e de certa forma disperso, devido a quantidade enorme de missões secundarias que acabam tirando o foco da campanha principal, porém o final do jogo é excelente, dando um ótimo direcionamento para o próximo capitulo da série.

Talvez essa sensação de dispersão seja o principal problema de Inquisition, pois a trama consegue passar uma ótima sensação de urgência, porém a quantidade de conteúdo no game faz o jogador se perder muito facilmente em meio a inúmeras missões secundarias, coletáveis intermináveis e atividades adicionais que infelizmente se tornam repetitivas após algumas horas de gameplay, principalmente quando se percebe que a estrutura do jogo se mantém a mesma por toda a campanha, pois basicamente a cada mapa descoberto sempre haverá as mesmas atividades a serem realizadas, como estabelecer acampamentos, conquistar fortes, fechar fissuras e coletar itens pelo cenário. 

Mas apesar dessa sensação de repetitividade o game oferece uma ambientação belíssima e viva, com mapas apresentando fauna e flora distintas, dando uma ótima sensação de originalidade ao game e permitindo que o jogador explore florestas, desertos e ruínas élficas e apesar do game não apresentar um mundo aberto único, mas sim sendo dividido em diversas regiões sem ligações entre si, os mapas são extremamente amplos e detalhados, com inúmeros segredos que garantem boas horas de exploração.

O game ainda conta com um mapa tático, onde o Inquisidor ao lado de seus conselheiros define os próximos passos da Inquisição, delegando missões aos seus aliados que rendem pontos de influência, além de outros recursos, que são utilizados tanto para fortalecer a organização, quanto para desbloquear novos mapas e missões. Esse modo é bem interessante e dá um caráter mais abrangente ao enredo, pois mostra o mapa de quase toda a Thedas.

Uma característica marcante dos jogos da Bioware é seus personagens muito bem escritos e Inquisition isso se mantém, os diversos aliados e companheiros que o jogador encontra durante a jornada apresentam personalidades únicas e cada um deles revelam histórias e subtramas únicas e envolventes, dando uma boa profundidade aos relacionamentos entre o protagonista e os personagens coadjuvantes. Como destaque menciono os personagens Cullen e Backwall que apresentam dilemas profundos que fortalecem o laço com o protagonista.

Quanto a jogabilidade o game busca fundir os elementos táticos do primeiro jogo, com o foco na ação do segundo, porém a jogabilidade rápida e dinâmica se sobressai sobre o aspecto estratégico, fazendo as funcionalidades táticas serem poucos utilizadas. A árvore de habilidades é bem variada, porém transmite a sensação de simplicidade, pois muitos pontos são gastos apenas para melhorar habilidades já existentes, além disso, o progresso é lento, dificultando a sensação de progressão durante a jogatina.

Em termos de customização de longe Inquisition é o melhor da série, permitindo novamente escolher raça, sexo e classe, além de apresentar um dos melhores editores de aparência da atualidade, a riqueza de detalhes presente no editor de rostos é tão grande que o jogador poderá inclusive emular rostos reais. Logicamente que a customização não se resume a aparência, pois tanto armas, armaduras e equipamentos podem ser melhorados e customizados conforme o tipo de material utilizado, apresentando inclusive variações no visual de acordo com a raça e sexo do personagem. Por exemplo, uma mesma armadura terá um visual diferente se utilizada por um humano, ou por um qunari, dando o jogo assim uma ótima sensação de variedade. 

O sistema de fabricação do jogo está bem robusto, principalmente se comparado com os jogos anteriores, permitindo não só criar novas armaduras e armas, mas também as customizando, mas para isso o jogador terá que coletar os diversos recursos espalhados pelos cenários e de acordo com a sua raridade as melhorias se tornam mais eficientes. Não é nada inovador, mas o sistema de craft se demonstra funcional e agradará os jogadores que apreciam dedicar horas explorando e fabricando itens únicos e melhores. 

A variedade de inimigos é grande, trazendo não só oponentes já conhecidos como os Dark Spawns e Demônios do Fade, mas também incluindo novas facções inimigas, como os Templários Vermelhos e  os Magos de Tevinter, assim como uma ampla gama de feras selvagens encontradas de acordo com a região de Thedas e logicamente temos os Dragões, que sem dúvida são o grande destaque do jogo por serem grandiosos e majestosos, destoando totalmente da representação simplória dos jogos anteriores e o melhor é que o confronto com tais criaturas lendárias é excelente e desafiador, exigindo do jogador uma boa dose de estratégia que varia de acordo com o tipo de dragão enfrentado. 

O game ainda conta com um modo multiplayer, que funciona de forma totalmente separada da campanha, onde o jogo permite se unir a outros jogadores para enfrentar hordas de inimigos em vários cenários do game, algo semelhante ao visto em Mass Effect 3. É um modo interessante, mas que se demonstra dispensável mediante ao conteúdo principal do jogo. 

Dragon Age Inquisition é um ótimo RPG, que comete alguns deslizes em sua execução, mas que consegue se sobressair ao expandir de forma muito consistente o já rico universo da franquia, criando algo novo e ao mesmo tempo reconhecível por fundir elementos dos games anteriores. Um game indispensável para os fãs da franquia e sem dúvida uma ótima opção para os fãs do gênero de fantasia.


Informações adicionais:
Nota geral: 09.
Tempo dedicado ao game: 152 horas.
Conquistas desbloqueadas: 50 de 69.
Dificuldade: Mediana.
Fica a dica: Busque os 100% somente após finalizar o game.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Sim, vale!
Modo de jogo: Singleplayer e multiplayer para partidas cooperativas em modo aparte.
Idioma: Inglês, com legendas em português do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário