segunda-feira, 25 de julho de 2016

Análise games - We Are The Dwarves


We Are The Dwarves, game tático e estratégico, desenvolvido e distribuído pela Whale Rock Games. Lançado para PC em fevereiro de 2016.

We Are The Dwarves chama atenção por apresentar uma premissa muito interessante, onde três anões astronautas exploram mundos desconhecidos em busca de uma nova estrela com o intuito de obter uma nova fonte de energia para salvar o seu povo, mesclando assim elementos de fantasia e ficção cientifica. A trama é interessante e apresenta um novo mundo original que não chega a surpreender, mas agrada o suficiente para manter a atenção do jogador. A narrativa é simples, alternando entre diálogos entre os protagonistas e breves cutcenes. Novamente nada surpreendente, mas que funciona dentro da estrutura do game.

A ambientação é bem competente, apresentando cenários bem detalhados, com bastante identidade, mas na maioria das vezes se tratando de cavernas no subterrâneo, fazendo o game ganhar um ar de repetitividade em algum momentos, outro detalhe dos cenários é que muitas vezes eles se tornam bem lineares o prejudica um pouco a parte tática e estratégica do game.

O grande diferencial de We Are The Dwarves é a sua jogabilidade, que pode ser extremamente frustrante, ou se revelar um verdadeiro desafio para os amantes de games táticos, devido a sua alta dificuldade. Inegavelmente a Whale Rock fez um excelente trabalho ao criar um game extremamente tático, com identidade e criatividade, jogador realmente precisará analisar cada situação e planejar de forma tática as suas ações, porém também é inegável que a dificuldade do game é demasiadamente exagerada e nem sempre os comandos responderam como deveriam tornando tudo ainda mais difícil.

A curva de aprendizado do game é desnecessariamente alta, já na primeira fase o jogador morrerá incontáveis vezes, mesmo no nível normal, o que com certeza irá afugentar boa parte dos jogadores, tornando We Are The Dwarves um game para poucos e as mortes constantes se tornam presentes em todo o game, basta um erro, um movimento mal planejado, uma ação mal executada e pronto, você estará morto.

E a dificuldade não está apenas nos inimigos e nos desafios apresentados, mas também na estrutura do game e em como ele foi pensado, primeiro não há check points e você só poderá salvar em locais pré-determinados, segundo não há como recuperar os pontos de vida de forma simples e isso aliado a quantidade expressiva de inimigos em cada mapa e ao fato de eles causarem um dano considerável ao seu personagem torna o game extremamente maçante, pois obriga o jogador tomar o máximo de cuidado e principalmente buscar a todo o momento os locais para salvar e se curar.

A dificuldade se torna um pouco mais aceitável, quando os três personagens disponíveis finalmente se encontram, mas já aviso levará um bom tempo para que isso aconteça. Cada um dos três anões tem habilidades distintas, o personagem Smashfist serve como tanque com golpes mais corpo a corpo, já Forcer realiza golpes a distancia e causa danos em área, e por fim temos Shadow, personagem furtivo que pode ser utilizado como apoio e tem um arco que pode eliminar inimigos com uma única fecha e é ao controlar os três personagens que o game se torna menos maçante e verdadeiramente tático, pois permite mesclar as habilidades dos protagonistas, mas não se engano o game continuará te punindo a cada erro e você continuará morrendo de forma constante. Um ponto importante de se salientar é que é possível pausar a ação, na verdade o game fica em câmera lenta, e planejar as ações dos personagens e acredite você se tornará refém desse comando, pois é quase impossível derrotar os grupos de inimigos sem utiliza-lo.

O grande problema aqui talvez nem seja a dificuldade elevada, mas a baixa sensação de satisfação ao se concluir um nível, comparando com XCOM Enemy Unknown, por exemplo, que é um game extremamente tático e também pune o jogador a cada erro cometido, porem com um alto fator compensador ao se finalizar uma missão, em We Are The Dwarves isso simplesmente não acontece, você se sentirá aliviado ao finalizar uma missão, apenas para se frustrar novamente na próxima fase. 

O sistema de habilidades é bem peculiar, cada personagem tem quatro habilidades que podem ser melhoradas como qualquer RPG, porém não se adquire pontos de XP como de costume e as melhorias só são adquiridas com a coleta de Stones, pedras especiais que são encontradas pelos cenários, obrigando o jogador a sempre explorar os ambientes antes de finalizar uma fase. Apesar de funcional, o sistema é pouco atrativo, pois tira a sensação de progressão do jogo.

We Are The Dwarves é um bom jogo, com uma premissa bem interessante, que apresenta um novo mundo muito bem construído, uma trama que te mantém interessado e com ambientes bem trabalhados, porém a sua alta dificuldade, mesmo se tratando de uma game tático, e mecânica pouco funcional, acabam tornando o gameplay cansativo e pouco compensador, diminuindo consideravelmente o fator diversão. Infelizmente um game para poucos.


Informações adicionais:
Nota geral: 6,5.
Tempo dedicado ao game: 22 horas.
Conquistas desbloqueadas: 22 de 36.
Dificuldade: Alta, mesmo para jogadores habituados a games táticos.
Fica a dica: Sempre salve o jogo quando possível.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Infelizmente não, sugiro compra-lo com no mínimo 75% de desconto.
Modo de jogo: Singleplayer.
Idioma: Em inglês.

Faço um agradecimento especial ao grupo Gamers do Brasil e à Whale Rock Games que cederam uma copia do game para análise.

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