sábado, 23 de julho de 2022

Desafio 52 semanas de escrita #26 - Análise games - TUNIC


Sim, eu falhei, estou a quase um mês sem postar nenhum texto, o que com certeza fazem o Desafio 52 Semanas de Escrita perder um pouco o sentido, os motivos são vários, falta de inspiração para escrever, gerenciamento de tempo e até mesmo desânimo. Mas não ficarei aqui pedindo desculpas e vou seguir com o objetivo de publicar 52 textos, mesmo que fuja da periodicidade proposta. A anos que escrevo análises de games, mas inicialmente pensei em deixá-las de fora do desafio justamente por isso, mas percebe agora que talvez isso tenha sido um erro, primeiro pois ao focar no desafio deixei justamente de escrever as análises, segundo que bem ou mal elas podem contribuir com a periodicidade do desafio, por essas razões hoje trago a minha análise do excelente game TUNIC lançado em março deste ano.
Análise games - TUNIC

Anunciado em 2018, TUNIC chamou a atenção de todos ao apresentar uma simpática raposa enfrentando perigos em uma mundo encantador claramente inspirado em Zelda, mas a maior surpresa foi o fato do promissor game contar com um único desenvolvedor. Foram necessários mais quatro anos para descobrirmos se o estúdio independente Tunic Team atenderia as expectativas. Lançado em março de 2022 para PC e Xbox Series, distribuído pela também independente Finji.

O game inicia de forma bem direta, com o protagonista, uma simpática raposa trajada de verde, acordando em uma pequena praia, não há uma narrativa inicial para situar a história e o jogador deve seguir o seus instintos ao explorar o ambiente ao seu redor encontrando algumas ruínas e eventualmente se deparando com uma entidade aprisionada, provavelmente o espírito de uma antiga raposa, indicando que o grande objetivo da jornada é libertar-la.

A primeira grande característica de TUNIC é o seu visual, com um direção artística minimalista, que dá identidade ao game, simples em suas formas, com árvores em forma de triângulos, arbustos cúbicos e rampas retas, porém com um level design extremamente bem feito, apresentando cenários variados, interligados e cheios de segredos, recompensando a exploração.

Exploração essa, que é a segunda grande característica de TUNIC, cada cenário, cada novo ambiente, sempre apresentará um pequeno enigma a ser resolvido, seja uma porta que está trancada, ou um lugar inacessível e sempre haverá um coletável secreto a ser encontrado, porém o game não dá nenhuma dica claro sobre o que precisa ser feito, para onde ir primeiro e o seu real objetivo, o jogador sem dúvida se sentirá perdido, sem saber exatamente para onde ir e é nesse momento que um elemento fundamental de TUNIC se apresenta, o Manual de Instruções virtual do jogo.

Inicialmente você começa com apenas algumas páginas, que dão as primeiras dicas e apresentam um mapa incompleto da área principal e conforme explora novas páginas são encontradas, dando assim novas dicas. Porém todo o manual está escrito em runas, contanto apenas com algumas palavras traduzidas, o que obriga o jogador a interpretar as dicas visuais de cada página, o que de certa forma traz a sensação nostálgica justamente de estar lendo um manual em outra língua, assim como os manuais dos games dos anos 90. O interessante aqui é que todas as dicas fundamentais do jogo estão justamente no manual, basta explorá-lo atentamente e logicamente encontrar novas páginas.

O combate é bem funcional, com movimentação e mecânicas padrões e me arrisco dizer com uma pequena pitada de Souls Like, onde esquiva e bloqueio são fundamentais para se avançar, principalmente nos confrontos com os chefes que adicionam uma boa dose de desafio ao game. Lógico que o foco de TUNIC não é o combate, mas ele se demonstrou bem satisfatório nesse aspecto, principalmente por acrescentar itens e equipamentos que tornam os combates mais dinâmicos, como uma esfera mágica que permite puxar os inimigos para perto, além de facilitar a exploração vertical.

Tudo em TUNIC parece funcionar de forma perfeita, a direção artística encantadora que faz uma referência clara a Zelda, o combate simples e satisfatório, os cenários interligados, cheios de segredos que incentivam a exploração, o manual de instruções com dicas valiosas para se avançar e a narrativa enigmática, mas encantadora. Enfim um excelente jogo, visualmente e narrativamente, com um nível de desafio equilibrado e com uma construção de mundo que deixa o jogador imerso na sua exploração. Um game perfeito para se jogar de forma descompromissada, explorando sem pressa e descobrindo os seus segredos gradativamente. Uma encantadora jornada que merece ser experimentada ao menos uma vez.


Informações adicionais:
  • Nota geral: 10.
  • Tempo dedicado ao game: 26 horas.
  • Conquistas desbloqueadas: 30 de 33.
  • Dificuldade: Acessível, tornando-se difícil apenas nos combates com os chefes.
  • Fica a dica: Explore atentamente cada canto dos cenários.
  • Gameplay: Clique aqui.
  • Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
  • Vale o preço? Sim, vale! Lembrando que atualmente o game está disponível no Gamepass.
  • Modo de jogo: Solo.
  • Idioma: Menus e legendas em português do Brasil.

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