sexta-feira, 10 de abril de 2020

Análise games - Resident Evil 3


Satisfatório, mas merecia muito mais! 

Com o sucesso inegável de Resident Evil 2 Remake era inevitável que uma nova versão de Resident Evil 3: Nemesis, clássico lançado em 1999, se tornaria realidade cedo ou tarde. A Capcom surpreendeu a todos com o lançamento do remake de Resident Evil 3 após um pouco mais de um ano do sucesso de RE2. Logicamente que a expectativa alta pelo game foi quase que instantânea, tanto pela qualidade apresentada no remake anterior, quanto pelo game original trazer emocionantes lembranças aos fãs da franquia, devido ao icônico e implacável Nemesis. 

Esclareço que infelizmente não tive a oportunidade de jogar o game original, portanto essa análise focará de forma isolada nas características da nova versão em si, traçando um pequeno paralelo com o remake de RE2.

Resident Evil 3 nos traz o retorno de Jill Valentine, protagonista do primeiro game, que após a noite fatídica na mansão da Umbrella, busca de forma obsessiva reunir provas que incriminem a corporação farmacêutica, logicamente que isso traria consequências e já nos primeiros minutos do jogo a protagonista se vê perseguida por uma imensa arma biológica criada pela Umbrella, o icônico e incansável Nemesis. 

A trama basicamente foca em Jill Valentine que tenta escapar do icônico Nemesis enquanto a cidade de Raccon é tomada pelo surto zumbi. A narrativa é bem conduzida, Jill é apresentada como uma personagem forte, determinada e destemida, ela sabe dos perigos que enfrenta e em nenhum momento demonstra temor, ou pensa em recuar, algo que torna a personagem extremamente interessante e admirável. Contribuindo com o carisma da personagem e do jogo em si, temos novamente um excelente trabalho com as expressões faciais dos personagens, que conseguem transmitir de forma bastante verossímil os sentimentos de cada um deles. Sem duvida o olhar determinado de Jill Valentine ficará marcado na minha memória por um bom tempo. 

O elenco de apoio também é bastante interessante, como Carlos que apresenta uma ótima dinâmica com a Jill e pode ser encarado como um segundo protagonista, inclusive com pequenos trechos onde assumimos o personagem, ou o impetuoso Nicholai, que aos poucos vai se revela um ótimo antagonista com objetivos escusos em meio ao caos de Raccon City. Mas mesmo com bom elenco de apoio a narrativa se demonstra rápida, não permitindo um maior desenvolvimento de tais personagens. 

E eis que temos o aspecto mais controverso da releitura de Resident Evil 3, sua duração, é inegável que o game é extremamente curto, com um ritmo quase que frenético, com um foco na fuga de Jill de seu algoz Nemesis e a narrativa acompanha esse ritmo, com cinemáticas que desenvolvem de forma consistente a trama, mas de maneira rápida e direta, resultando em uma campanha que pode ser facilmente finalizada em menos de seis horas em uma primeira jogada, reduzindo drasticamente esse tempo em uma segunda jogatina. 

Fica nítido que a proposta de RE3 é justamente essa, ser um game rápido, focado na ação, com pequenas pitadas de horror, mas nada comparado ao clima tenso do remake do RE2. Nemesis é uma constância do inicio ao fim do jogo, ele realmente é imponente e representa o maior, se não o único, desafio do game, fugir dele pode não ser exatamente complicado, mas os confrontos diretos em suas diversas fases sem duvida são intensos e podem ser tanto frustrantes, quanto recompensadores. 

A curta duração de Resident Evil 3 não seria um problema se o game entregasse conteúdos adicionais, não só trechos inteiros da campanha original foram cortados, mas também os seus modos extras, como o modo Mercenários, que sem duvida contribuiriam coma longevidade do gameplay. Porém o game incentiva o jogador a repetir a campanha em dificuldades mais altas e com novos equipamentos, algo que contribui com o fator replay do game, mas não elimina a sensação de que a releitura merecia mais conteúdo, não só em novos modos, mas e principalmente em sua campanha. 

Sim, eu sei, como modo multiplayers de Resident Evil 3 temos o chamado Resident Evil Resistance, mas como o modo funciona de forma totalmente independente ao jogo base, inclusive com conquistas próprias, ele não foi levado em consideração para essa análise e será avaliado posteriormente. 

Em termos de mecânica o game apresenta um qualidade impecável, com uma jogabilidade prazerosa que adiciona o movimento de esquiva à protagonista, que dá um novo dinamismo ao gameplay e principalmente nas batalhas com Nemesis. Em termos de arsenal o game traz as tradicionais armas presentes em quase toda a franquia, liberando armas únicas e especiais após a finalização da campanha pela primeira vez. Em termos de inimigos o game se demonstra tímido, com poucas variações, o destaque fica para o Caçador Gama que foi bizarramente reformulado e um zumbi que tem uma mutação na cabeça que me causou imensa repulsa ao ser atacado por ele. 

Resident Evil 3 não supera as expectativas geradas, mas sem duvida é um excelente game, com uma jogabilidade prazerosa, um ritmo intenso, com uma narrativa consistente e um Nemesis, que talvez não supere o original, mas sem duvida é uma ameaça constante. Um game que entrega uma ótima experiência e justamente por isso deixa no jogador a sensação de "quero mais". 

Olha, só pra constar, é a última vez caralho!!! - Jill 


Informações adicionais:
Nota geral: 08.
Tempo dedicado ao game: 22 horas.
Conquistas desbloqueadas: 28 de 32.
Dificuldade: Fácil, mesmo em dificuldades mais elevadas, tornando-se desafiador apenas nos confrontos com o Nemesis.
Fica a dica: Comece o jogo na dificuldade Intensa, sem duvida isso deixará a experiência mais prazerosa, sem ser necessariamente punitiva.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Sinceramente vale, mas devido a sua duração, talvez aguardar um desconto de 25% seja o ideal!
Modo de jogo: Exclusivamente singleplayer.
Idioma: Em inglês, com legendas em português.

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