sábado, 10 de setembro de 2022

Desafio 52 semanas de escrita #31 - Análise games - Assassin's Creed IV Black Flag


Olá caro leitor, hoje trago mais uma análise de games para o desafio 52 semanas de escrita, com o belíssimo Assassin's Creed IV Black Flag lançado a quase 10 anos atrás.

Diferente, mas nem tanto!

Assassin's Creed IV Black Flag foi lançado em outubro de 2013, na mesma época do lançamento dos novos modelos de consoles, PS4 e XOne, trazendo melhorias gráficas e novidades de gameplay para a já consolidada franquia da Ubisoft, mas também sendo lançado para os consoles da geração anterior, Xbox 360 e PS3, além do PC.

Com o final conclusivo da trama do presente mostrado em Assassin's Creed III, ficou o questionamento de como a Ubisoft daria continuidade a narrativa de modo a justificar a existência de novos jogos, a solução venho de forma inusitada e interessante ao transformar a Abstergo, empresa fictícia controlada pelos Templários, em uma empresa de entretenimento que explora memórias dos antepassados para criar experiências multimídias, basicamente a empresa tornou-se a própria Ubisoft, buscando explorar suas franquias ao máximo para aumentar os seus lucros, a ironia é que a Abstergo é a vilã da história.

Com essa premissa o jogador assume um operador do Animus, sem nome, sem voz e até mesmo sem rosto, uma vez que os trechos no tempo presente são jogados em primeira pessoa, com o único objetivo de explorar para a Abstergo as memorias de Edward Kenway que atuou como pirata no século XVIII. Apesar de haver uma sub-trama acontecendo no tempo presente envolvendo alguns personagens dos games anteriores, ela se demonstra quase que irrelevante, tornando a história do passado o único ponto interessante da narrativa.

Edward Kenway é um dos protagonistas mais diferentes da série, arrogante, ambicioso e até mesmo inescrupuloso, afinal ele é um pirata, mas que apresenta um forte senso de honra e lealdade para aqueles que o cercam. Ironicamente ele não é de fato um assassino, assumindo o manto de um membro traidor da ordem após matá-lo. Passando-se por Duncan Walpole, Kenway chega a cidade de Havana e se envolve com os Templários que buscam encontrar o Observatório, um local de imenso poder construído pela antiga civilização. Com isso Kenway fica obcecado em encontrar o local antes dos Templários, pois entende que isso trará grandes riquezas, mas durante a jornada ele aprende que há bem mais em jogo do que os seus anseios.

A trama de Black Flag não chega a surpreender em nenhum momento, Kenway é um protagonista interessante e apresenta um certo carisma, porém a forma com que ele assume o manto dos Assassinos e a facilidade que ele aprende as técnicas milenares da ordem, tornam a trama bem incoerente, o próprio desenvolvimento da história é dispersa e pouco envolvente, com antagonistas inexpressivos que são facilmente esquecidos após a conclusão do jogo e mesmo com um bom elenco de apoio e alguns momentos emocionantes, dificilmente pode-se dizer que a jornada de Edward Kenway é algo memorável.

Mas apesar do desenvolvimento da história deixar a desejar a jogabilidade por sua vez sem sombra de dúvida agrada, em especial pela bem vinda expansão das mecânicas de navegação apresentadas no game anterior. Estrutura base do game ainda se mantém a mesma, com combates fáceis e rápidos, exploração vertical, saltos de fé, visões panorâmicas e as entediantes missões de perseguição, enfim tudo aquilo que os fãs da franquia já estão habituados, porém a inclusão do sistemas de navegação mais robusto, com batalhas navais e exploração em alto mar dão um ar de novidade que a franquia necessitava.

O embarcação comandada por Kenway, batizada de Gralha, se torna quase que uma figura central do game, nela o jogador poderá desbravar os mares, encontrar tesouros em ilhas, conquistar fortes e até mesmo explorar o fundo do mar em pontos específicos do mapa, assim como pescar grandes baleias e tubarões, algo que lembra o icônico confronto com o El Lago em Resident Evil 4 e mesmo com os combates navais tornando se repetitivos rapidamente o sistema de melhorias do Gralha é funcional e transmite uma sensação de progressão consistente, mantendo os combates navais interessantes e prazerosos.

Visualmente o game é lindo, em especial nas suas ambientações, com ilhas verdejantes e densas, cidades que não surpreendem, mas respeitam a arquitetura caribenha da época, mas o destaque fica com a ambientação em alto mar, que passa uma sensação de amplitude e beleza surpreendente, navegar a luz do luar, ou com o sol se pondo no horizonte traz uma imersão cativante e tal sensação cresce ainda mais nos momentos de tempestades, com furacões, trovões e ondas gigantes que tornam tais momentos memoráveis e para completar temos as cantorias dos marujos que te transportam o jogador para a época, fazendo-o sentir-se um verdadeiro pirata.

Mas apesar do mapa gigantesco e da belíssima ambientação a Ubsoft erra na sua ambição ao encher de forma excessiva o mapa com pontos de interesse que levam para coletáveis genéricos e desnecessários, tornando a busca dos 100% algo cansativo e maçante. Fica nítido que no quesito de conteúdo secundário a prioridade foi dada para a quantidade e não para qualidade, com a coleta de itens que no fim não contribuem em nada com a narrativa ou imersão do jogo.

Assassin's Creed IV Black Flag sem dúvida é um ótimo jogo, que utiliza a forma padrão da franquia, mas trazendo um ar de novidade com o seu prazeroso sistema de combate e exploração em alto mar. Com uma narrativa até interessante, mas pouco envolvente. Um game belo e prazeroso de se jogar.



Informações adicionais:
  • Nota geral: 8.
  • Tempo dedicado ao game: 81 horas.
  • Conquistas desbloqueadas: 42 de 60.
  • Dificuldade: Fácil.
  • Fica a dica: Esqueça os coletáveis, eles são inúteis, foque na campanha e só busque os 100% se isso for fundamental para você.
  • Gameplay: Clique aqui.
  • Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
  • Vale o preço? Não, 120 reais por um game de quase dez anos não vale, sugiro comprá-lo com no mínimo 50% de desconto.
  • Modo de jogo: Solo, servidores do multiplayer foram desativados.
  • Idioma: Totalmente localizado para o português do Brasil.

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