sábado, 30 de janeiro de 2021

Análise games - Hitman


Se torne o mestre do assassinato!

Após 5 jogos a desenvolvedora IO Interactive decidiu realizar um recomeço para a franquia Hitman, apresentando em 2016 um game que apesar do seu controverso lançamento episódico, se demonstra extremamente consistente e respeitoso aos fundamentos da franquia, incluindo mudanças pontuais que ampliam a já clássica jogabilidade furtiva do emblemático assassino profissional.

No início do game somos apresentados a um jovem Agente 47 que acabou de ser recrutado pela ICA, mas para se tornar um agente de campo deve passar em uma série de simulações de assassinato em uma das bases secretas da Agencia. Esse pequeno prólogo além de apresentar de forma excelente as principais mecânicas do game ao jogador, nos revela que o principal contato de 47, Diana Burnwood, está ao seu lado desde o inicio e de certa forma foi uma peça fundamental para que ele entrasse na organização.

De maneira geral a trama se desenvolve de forma simples, usando dos velhos artifícios narrativos como um misterioso antagonista que pode vir a se tornar um aliado no futuro e uma poderosa e misteriosa organização que manipula o mundo secretamente, e apesar de termos uma ótima apresentação nas animações entre as missões a narrativa acaba não dando respostas significativas para a trama deixando pontas soltas que ficam claras que só serão respondidas na continuação.

Mas o grande atrativo de Hitman está justamente nas suas mecânicas de furtividade e assassinato. A IO Interactive refina a fórmula utilizada em Hitman Absolution ao mesmo tempo em que a expande de forma significativa. Em cada capítulo do jogo somos apresentados a amplos mapas que ao serem explorados revelam inúmeras oportunidades que permitem executar os seus alvos das mais variadas formas possíveis.

As oportunidades são a maneira mais fácil de se assassinar os alvos, pois desencadeiam uma série de eventos pré-determinados que levam de forma tranquila o agente 47 até o seu objetivo. Porém o game acaba facilitando ainda mais ao listar de forma imediata as oportunidades, basta o jogador abrir o menu e escolher qual oportunidade deseja executar que ela é automaticamente marcada no mapa. O ideal seria que tais oportunidades só fossem reveladas após o jogador finalizar a missão pelo menos uma vez.

Logicamente que utilizar desse facilitador é algo opcional e o próprio jogador pode se dedicar a encontrar as oportunidades por conta própria, ou mesmo ignora-las buscando outras formas criativas de eliminar os seus alvos e é exatamente aqui que o game brilha pela liberdade dada ao jogador para que ele trace a sua própria estratégia, seja obtendo o melhor disfarce, seja encontrando caminhos alternativos para áreas inacessíveis, ou simplesmente ligando o fod@-se e eliminado todos aqueles que cruzam o seu caminho, as possibilidades são inúmeras e garantem um alto fator de rejogabilidade.

E todo jogo é estruturado para que o jogador sinta essa liberdade, com cenários amplos com diversos níveis, cheios de objetos que auxiliam na execução de determinadas ações e principalmente inúmeros desafios que incentivam o jogador a testar o máximo de possibilidades dentro se cada fase.

Visualmente o game não impressiona, mas também não decepciona, com um visual que lembra muito Hitman Absolution. O destaque fica para os cenários que estão ricamente detalhados e belos apresentando uma ambientação bem convincente, apesar de apresentar certa repetitividade de personagens não jogáveis.

Mecanicamente o game é extremamente reconhecível para os jogadores que conferiram os games anteriores, inclusive mantendo a movimentação um pouco robótica do Agente 47. Outro detalhe que poderia ter sido melhorado é o excesso de comandos, tendo um comando diferente para cada ação do personagem, como por exemplo, as ações para coletar itens, esconder corpos, ou vestir trajes são todos feitos por botões distintos, o que diminui a fluidez do gameplay.

Além dos diversos objetos que são encontrados no cenário o jogador terá acesso a um limitado, mas interessante, arsenal que aumenta na medida em que o jogador cumpre os objetivos e desafios ao longo das missões, com isso temos uma variedade de customizações para as icônicas pistolas com silenciador do Agente 47, rifles de precisão com alcances distintos e diversos tipos de explosivos, entre eles até mesmo patos de borracha, sendo um pequeno easter egg para os fãs da franquia, fora que cada missão conta com trajes e armas únicas, como tacos de baseball, katanas e até mesmo um machado de batalha.

Hitman é um ótimo game do gênero stealth, que entrega uma trama rasa e pouco inspirada, mas que compensa o jogador com um gameplay prazeroso e um alto fator de rejogabilidade, cheio de possibilidades que dá a liberdade que os fãs da franquia sempre almejaram.

"Você definiu a arte e isso define você!"


Informações adicionais:
  • Nota geral: 08.
  • Tempo dedicado ao game: 70 horas.
  • Conquistas desbloqueadas: 62 de 69.
  • Dificuldade: Fácil.
  • Fica a dica: Rejogue as missões ao menos uma vez.
  • Gameplay: Clique aqui.
  • Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
  • Vale o preço? Sim vale! Mas como o game já foi lançado a 5 anos aconselho a compra-lo com no mínimo 50% de desconto.
  • Modo de jogo: Solo.
  • Idioma: Inglês, com legendas em português.

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