segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Análise games - Sword Legacy Omen

Divertido e competente!

Sword Legacy Omen é um RPG tático desenvolvido pelos estúdios brasileiros Firecast Studio e Fableware Narrative Design, sendo distribuído pela Team17. Lançado em agosto de 2018 exclusivamente para PC. 

Na trama somos apresentados ao Grão-cavaleiro Uther, que presencia seu lorde ser brutalmente assassinado e sua amada, a princesa Igraine, sequestrada pelas tropas do reino de Wessex. Para vingar a morte do lorde e resgatar a princesa, Uther parte em uma jornada ao lado do mago Merlin, por toda a Britânia em busca de aliados para derrotar o ganancioso duque de Wessex.

A trama é bem escrita, referenciando as lendas Arturianas, porém o protagonista é pouco carismático e o desenvolvimento da trama se demonstra lento, apesar disso Uther é acompanhado por diversos personagens que deixam a trama um pouco mais interessante, como o lendário mago Merlin, o inocente e leal escudeiro Duanne e a engraçada ladra Gwen. Todos eles com personalidades distintas que vão sendo desenvolvidas em diálogos entre as missões. 

A historia é desenvolvida através de dois modos, primeiro temos um narrador que entre as missões descreve os acontecimentos ao longo da campanha, esses trechos são os únicos dublados no jogo, que é feita de forma muito competente em um tom que combina perfeitamente com a aventura apresentada. Já no segundo modo temos diálogos diretos entre os personagens, tais diálogos são feitos inteiramente por textos, sem nenhuma dublagem através de imagens semi-estáticas, isso infelizmente deixa esse trechos bem desinteressantes, principalmente pelos diálogos se demonstrarem demasiadamente longos. 

Em termos de jogabilidade o game se demonstra bem competente, aplicando mecânicas que remetem a games como Banner Saga e XCOM. Basicamente o jogador escolhe quatro personagens para explorar cenários lineares, ao chegar em uma determinada área os inimigos se revelam e o combate por turnos inicia. Cada personagem tem uma quantidade limitada de pontos de ação, que são utilizados tanto para se movimentar pelo cenário, quanto para a execução de habilidade e é aqui que o elemento tático se tona necessário, pois o jogador deverá escolher sabiamente como posicionar cada personagem, definindo como e quando atacar, calculando de forma precisa a utilização dos pontos de ação. Além disso, os cenários contam com barris que ao serem destruídos causam dado de fogo, envenenamento e lentidão, de acordo com o seu conteúdo, tornando tais barris elementos que auxiliam na estratégia de combate. 

O game conta com um sistema de progressão simples, mas funcional onde o jogador pode liberar novas habilidades, porém é permitido ativar apenas quatro habilidades por personagem, com exceção das habilidades passivas, fazendo o jogador ter que escolher qual a melhor habilidade a ser utilizada por cada membro do grupo. Isso dá certo dinamismo ao gameplay, pois cada jogador terá o seu estilo de jogo e definirá a sua estrategia de acordo com a equipe de personagens e habilidades escolhidas. Por exemplo, na maioria das missões utilizava a habilidade empurrão tanto do personagem Uther, quanto do Ferghus, para empurrar os barris na direção dos inimigos e lhes causar dano, ou mesmo empurrar os próprios oponentes em precipícios, derrotando-os assim com um único golpe. Outra habilidade que evidencia o dinamismo do gameplay é a Fera Indomável de Ferghus que além de causar dano nos oponentes, permite que o personagem se deslocasse de forma mais rápida sem a necessidade de gastar os pontos de ação. 

A dificuldade do jogo é acessível, porém em determinadas missões onde há uma quantidade alta de inimigos o game se torna bem desafiador, pois o dano aos personagens se torna inevitável, isso não seria um problema se a mecânica de moral não fosse bastante punitiva, pois quando os pontos de determinação chegam a zero os personagem inevitavelmente entram em choque, fazendo-os causar dano tanto em aliados, quanto em inimigos, dependendo que quem estiver mais próximo. Tais situações levam quase sempre a derrota, pois são muito difíceis de serem contornadas, porém podem ser evitadas caso o jogador gerencie atentamente os pontos de determinação de cada personagem. 

Apesar das fases serem bastante lineares o game apresenta uma serie de itens como armas, armaduras, itens consumíveis e notas sobre a história espalhados pelos cenários, contribuindo assim com a exploração dos mapas. Visualmente o game é agradável, tanto graficamente, quanto artisticamente, apresentando uma arte limpa e competente, contribuindo muito bem com o tom medieval e de fantasia proposto pelo game. A trilha sonora é boa, porém se torna repetitiva rapidamente. 

Sword Legacy Omen é um bom game, com um ótimo visual e mecânicas competentes que atendem as expectativas de um game tático. Sua narrativa não chega a envolver, tão pouco surpreender, mas se demonstra interessante o suficiente para entreter o jogador durante a campanha. Um game tático indicado tanto para os jogadores fãs do gênero, quanto para os entusiastas de jogos nacionais.


Informações adicionais:
Nota geral: 7,5.
Tempo dedicado ao game: 20 horas.
Conquistas desbloqueadas: 12 de 12.
Dificuldade: Mediana.
Fica a dica: Gerencie com muita atenção o nível de determinação.
Gameplay: Clique aqui.
Imagens durante a jogatina: Clique aqui.
Vale o preço? Sim, vale! Preço justo e coerente com o conteúdo apresentado.
Modo de jogo: Exclusivamente Singleplayer.
Idioma: Em inglês, com legendas em português do Brasil.

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