domingo, 15 de abril de 2018

Análise cinema - Tomb Raider A Origem


Tomb Raider A Origem adapta aos cinemas uma das mais icônicas franquias do mundo dos games, com direção de Roar Uthaug e com Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins, Daniel Wu e Kristin Scott Thomas no elenco. O longa estreou nos cinemas nacionais no dia 15 de março de 2018.

Para os fãs do mundo dos games, Tomb Raider dispensa apresentações, a franquia de aventura e ação tem mais de 20 anos, com dezenas de games lançados, inclusive já tendo dois filmes estrelados pela sexy symbol Angelina Jolie. Origem adapta a versão mais recente do game, lançada em 2013.

Na trama somos apresentados a uma Lara Croft em conflito, por não aceitar a morte do pai, desaparecido há sete anos, ao encontrar um pequeno artefato, ela tem acesso a uma câmara secreta que revela pistas sobre a verdade por trás do desaparecimento de seu pai, com isso ela ruma em busca da mítica ilha Yamatai, ultimo lugar que seu pai foi visto com vida.

Assim como no game de 2013, a protagonista é jovem, inexperiente e frágil, muito distante da personagem clássica que conhecemos, ou mesmo dos filmes estrelados pela Angelina Jolie, a ideia é justamente mostrar a jornada da personagem até se tornar a destemida heroína Lara Croft, mas ao contrario do game ao qual se baseia, o filme peca justamente em mostrar de forma consistente essa evolução. Alicia Vikander é uma ótima atriz e até convence com a sua Lara Croft, porém o desenvolvimento da trama não ajuda no crescimento da própria protagonista, tudo ocorre de forma rápida e superficial de mais, além disso, os coadjuvantes que interagem com Lara são rasos e não ajudam a deixar a trama mais interessante, nem mesmo o antagonista Mathias consegue convencer, que no game é apresentado como um fanático religioso obcecado com o mito de Himiko, mas no filme é reduzido a um capanga seguindo ordem, com o único objetivo de fugir da ilha.

Os últimos games da franquia buscaram atualizar a personagem, deixando ela mais humana, em tramas mais realistas, porém sem deixar de lado os elementos fantásticos e aventureiros que fazem parte da essência de Tomb Raider, o longa busca fazer o mesmo, mudando alguns pontos na origem da Lara, porém excluindo justamente a parte mística envolvendo a Imperatriz Himiko e a ilha Yamatai. Com isso a trama perde muito em qualidade, reduzindo-se a um filme mediano de ação.

Outra falha no roteiro é trazer de volta um personagem que deveria permanecer morto, pois o seu retorno não contribui com o crescimento da protagonista, principalmente por aparecer em uma cena chave onde Lara mata pela primeira vez, quebrando totalmente a dramaticidade da cena. Quanto à ação o longa apresenta bons momentos, alguns claramente inspirados em cenas dos games, mas nada surpreendentes. Vale ressaltar que o lado exploradora de Lara, não foi deixado totalmente de lado, demonstrado em momentos que a protagonista precisa utilizar toda a sua perspicácia para desvendar pequenos quebra-cabeças. 

Tomb Raider A Origem, infelizmente é um filme mediano de ação, que até apresenta bons momentos, mas que peca no desenvolvimento da trama, principalmente por não dar uma profundidade maior à personalidade da protagonista, tornando-a pouco carismática. Infelizmente para os fãs do mundo dos games esse não é a adaptação digna que tanto esperamos e merecemos.


Informações adicionais:
Nota geral: 06.
Duração: 1h58min.
Cena favorita: Lara escapando da morte com um paraquedas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário